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segunda-feira, 20 de abril de 2015

A REVOLUÇÃO DA MATA NORTE

O que era absolutamente previsível por intuição agora tem fundamentos técnicos de  economistas com o estudo Perspectivas de Desenvolvimento e Oportunidades do Setor Terciário para o Polo de Desenvolvimento de Goiana, contratado pela Fecomércio e pelo Sebrae. O estudo sainas vésperas de um dos mais importantes acontecimentos da história econômica de Pernambuco, o início de produção do polo automotivo na Mata Norte, marco da expansão geográfica de desenvolvimento do Estado nos últimos anos  a partir do polo da Mata Sul, com o Complexo Industrial-Portuário de Suape.

A data oficial dessa revolução industrial pernambucana tem dia certo, 28 de abril, mas o processo, o amadurecimento de todo o complexo que vai cercar a produção de automóveis, há muito tempo ganha forma em empreendimentos auxiliares e na geração de um potencial extraordinário, agora mapeado pelos estudos que acabam de ser divulgados. Sabia-se desse potencial pela sinalização óbvia de uma atividade produtiva altamente multiplicadora, tanto pelo seu tamanho e significado para a absorção de mão de obra direta, quanto pelo estímulo a um mercado de trabalho auxiliar constante, com alta capilaridade. Prova disso são os micro e pequenos empreendimentos ligados ao que o estudo trata como “efeito renda”. 

A identificação de áreas com potencial para novos negócios mostra como o entusiasmo em Pernambuco hoje vai além da produção do grupo Fiat Chrysler e seu Jeep, já circulando virtualmente por todo o País como um novo e importante produto nacional. Ali está mostrado como vale a pena investir em transporte e turismo, serviços de saúde, educacionais, de profissionais liberais, recreação, cultura e esportes, alimentação, administração de imóveis, locação de espaços, veículos e máquinas, serviços para as empresas e fornecimento de escritório e limpeza.Um campo inesgotável, pela capacidade de se expandir, realimentar e dar impulso a novas atividades, dando à Mata Norte de Pernambuco o que sempre lhe faltou: a policultura  – para além do setor primário –, contrastando com a esgotada monocultura canavieira. Essa, hoje, pode sim contribuir para trazer de volta um antigo orgulho nordestino, que foi deixado de lado quando deveria ter prosperado, a produção de álcool combustível, apregoada no século passado como o futuro do nosso País. São muitos os dados, fornecidos pelo estudo, sobre o potencial econômico das cidades no entorno do polo automotivo,  mas um em especial deve ser considerado por todos os protagonistas deste extraordinário momento da economia pernambucana: a capacitação de mão de obra, uma carência evidente para a qual se devem voltar todos os poderes públicos.

Assim como se devem tratar como emergenciais obras de infraestrutura novas e, sobretudo, as antigas, como o Arco Metropolitano, uma dessas promessas que se arrastam ao infinito e retardam o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Fonte: JC - 18/04/2015


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